quinta-feira, 4 de julho de 2019

LUCAS 15

LUCAS 15




Dos dois versículos que abrem este capítulo, parece que essas palavras sobre graça e discipulado atraíram os publicanos e pecadores para Ele, enquanto repeliram os fariseus e escribas. Ele realmente recebeu pecadores e comeu com eles: tal ação está de acordo com a própria natureza da graça. Os fariseus lançaram o comentário como uma provocação. O Senhor aceitou isso como um elogio, e prosseguiu por parábolas para mostrar que Ele não apenas recebeu pecadores, mas os buscou efetivamente, e também para demonstrar que tipo de recepção é dada aos pecadores quando são recebidos.
Primeiro a parábola da ovelha perdida. Aqui vemos no pastor uma figura do próprio Senhor. As noventa e nove ovelhas, que representam a classe dos fariseus e dos escribas, não foram deixados no aprisco, mas no deserto – um lugar de esterilidade e morte. A única ovelha que estava perdida representa a classe dos publicanos e pecadores; aqueles que estão perdidos e sabem disso – o “pecador que se arrepende”. O Pastor encontra a ovelha; a labuta e a fadiga são Suas. Tendo a encontrado, Ele a assegura e a traz para casa. Seus ombros se tornam sua segurança. Ele a traz para casa e então Seu gozo começa. Ele nunca teve que dizer: “Sofre comigo, pois perdi a Minha ovelha que foi achada”.
É impossível encontrar na Terra os “noventa e nove justos, que não necessitam de arrependimento”, embora infelizmente seja fácil encontrar noventa e nove pessoas que se imaginam como tal. No entanto, se eles pudessem ser encontrados, haveria mais alegria no céu por um pecador arrependido do que poderia haver vinda dos noventa e nove justos. Todas as miríades de santos anjos no céu nunca causaram tanta alegria como um pecador arrependido. Que graça surpreendente é essa!
A parábola da dracma perdida prossegue no mesmo tema geral, mas com alguns detalhes especiais. A mulher com suas atividades na casa representa a obra subjetiva do Espírito nas almas dos homens, e não a obra objetiva de Cristo. O Espírito acende uma candeia dentro do escuro coração e cria a perturbação que termina na descoberta da dracma. É dito que há alegria na presença dos anjos; não é a alegria dos anjos, mas da Divindade, diante de Quem os anjos estão.
Em seguida, segue a parábola do “filho pródigo”. As palavras de abertura são muito significativas. O Senhor estava dizendo: “Que homem dentre vós... não vai após...”? “Qual a mulher... não... busca com diligência?” Agora Ele não podia dizer: “Que homem dentre vós”, se tiver um filho pródigo e ele retorna, não vai “correndo, lança-se-lhe ao pescoço e o beija?” Duvidamos que alguém vá ao extremo do pai desta parábola: a grande maioria dos homens certamente não o faria. Esta parábola expõe a graça de Deus Pai. Mais uma vez, é uma figura do pecador que se arrepende, e agora podemos ver em forma de parábola as profundezas de onde o pecador é tirado, e as alturas às quais ele é elevado de acordo com o coração do Pai, pelo evangelho.
No melhor vestido vemos o símbolo de nossa aceitação no Amado: no anel, o símbolo de um relacionamento eterno estabelecido: nas sandálias o sinal da filiação; os servos entravam nas casas de seus senhores com os pés descalços. O bezerro cevado e a alegria demonstram a alegria do céu e o gozo do Pai em particular. O filho havia morrido moral e espiritualmente, mas agora ele era como alguém que foi revivido para uma nova vida.
Se o filho mais novo retrata o pecador arrependido; o filho mais velho representa com precisão o espírito do fariseu. Um estava com fome e entrou; o outro estava com raiva e ficou fora. A chegada da graça sempre divide os homens nessas duas classes – aqueles que sabem que não são dignos de nada, e aqueles que se imaginam dignos de mais do que fizeram. Disse o filho mais velho: “nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos”. Então ele também encontrou sua companhia e prazer em um círculo de amigos fora do círculo de seu pai. A única diferença estava no caráter dos amigos – os do filho mais novo tinham uma má reputação, enquanto os do mais velho se presumiam respeitáveis. O religioso com justiça própria não está mais em verdadeira comunhão com o coração do Pai do que o pródigo; e ele ainda acaba fora enquanto o filho pródigo é trazido para dentro.

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