sexta-feira, 5 de julho de 2019

LUCAS 19

LUCAS 19




Somente Lucas nos fala sobre a conversão de Zaqueu, que se encaixa de forma tão impressionante com o tema de seu evangelho. O publicano, embora tão desprezado pelos líderes de seu povo, era um objeto adequado para a graça do Senhor, e ele foi marcado pela fé que está pronta para recebê-la. Zaqueu não tinha necessidades físicas ou materiais; Este era um caso de necessidade espiritual apenas. As pessoas colocaram a denominação “pecador” sobre ele. Era uma verdadeira denominação e Zaqueu sabia disso, e isso provocou nele uma tentativa de se justificar relembrando suas benevolências e escrupulosa honestidade. No entanto, Jesus colocou a bênção dele na base apropriada, proclamando-o filho de Abraão – isto é, um verdadeiro filho da fé – e Ele mesmo como sendo o Único a vir buscar e salvar o que se havia perdido. Zaqueu era em si mesmo um homem perdido, mas era um crente, e assim a salvação chegou a ele naquele dia. Exatamente na mesma base chegou a cada um de nós desde aquele dia.
O Senhor mostrou aos fariseus que o reino já estava em seu meio em Sua própria Pessoa; Ele também havia novamente dito a Seus discípulos sobre Sua iminente morte e ressurreição. No entanto, eles ainda nutriam expectativas quanto ao aparecimento imediato do reino em glória. Então o Senhor acrescentou a parábola, dos versículos 11-27, como mais uma correção para esses pensamentos deles. O tempo do reino viria, quando todos os Seus inimigos seriam destruídos; mas primeiro vem um período de Sua ausência, quando a fidelidade e diligência de Seus servos seriam testadas. Para cada servo, a mesma quantia é confiada, de modo que a diferença no resultado surgiu de sua diligência e habilidade, ou de alguma outra forma. De acordo com a diligência de cada um, foram recompensados ​​no dia do reino. O servo, que não fez nada, apenas mostrou que ele não conhecia realmente o seu Senhor. Como resultado, não só não teve recompensa, mas sofreu perda.
Este é outro lembrete de que a graça nos chama para um lugar de responsabilidade e serviço, e que o nosso lugar no reino dependerá da diligência que temos empregado com aquilo que nos foi confiado.
Tendo falado a parábola das minas, o Senhor ia caminhando adiante com Seus discípulos, subindo em direção a Jerusalém, e chegando a Betfagé e Betânia, Ele enviou a buscar o jumentinho, no qual Ele fez Sua entrada na cidade, de acordo com a profecia de Zacarias. O jumentinho era chucro, pois nenhum homem havia se sentado nele e, consequentemente, estava preso sob restrição. Foi solto da contenção, mas apenas para que Ele pudesse sentar-Se sobre ele. Sob a mão poderosa, ele estava perfeitamente contido. Uma parábola disto, de como a graça nos liberta da escravidão da lei.
Embora o reino não era para ser estabelecido em glória neste momento, mesmo assim Ele Se apresentou dessa maneira tão definidamente a Jerusalém como seu legítimo Rei enviado por Deus. Seus discípulos ajudaram nisso e, quando se aproximaram da cidade, começaram a louvar a Deus e a se regozijar. João 12:16 nos diz claramente que naquele momento eles não entendiam realmente o que estavam fazendo, mas é evidente que o Espírito de Deus tomou posse de seus lábios e os guiou em suas palavras. Eles O aclamaram como o Rei, e eles falaram de “paz no céu e glória nas alturas”.
Na encarnação, os anjos haviam celebrado “paz na Terra”, pois o Homem em Quem Deus Se comprazia havia aparecido e celebravam todo o resultado de Sua obra. Mas agora estava claro que a morte estava diante d’Ele e que Sua rejeição implicaria um período de qualquer coisa, menos paz na Terra. No entanto, o primeiro efeito de Sua obra na cruz seria estabelecer a paz na mais alta de todas as Cortes – no céu – e manifestar a glória nas maiores alturas, subindo Ele mesmo até lá em triunfo. Esta nota de louvor teve que ser soada nesta circunstância. Deus poderia ter feito as pedras clamarem, mas ao invés disso Ele usou os lábios dos discípulos, embora eles proferissem palavras sem plena inteligência do seu significado.
Agora vem um contraste impressionante. Ao se aproximarem da cidade, os discípulos se regozijaram e clamaram bendições ao rei. O próprio Rei chorou pela cidade! Em João 11:35, a palavra usada indica lágrimas silenciosas; aqui a palavra usada indica irromper em lamentação, de forma visível e audível. O lamento de Jeová sobre Israel, como registrado no Salmo 81:13, reaparece aqui, apenas grandemente acentuado ao se aproximarem do maior de todos os seus terríveis pecados. Jerusalém não conhecia as coisas que pertenciam à sua paz, por isso a paz na Terra era impossível naquele tempo, e o Senhor previu e predisse sua violenta destruição nas mãos dos romanos, que aconteceu quarenta anos depois. O Oriente do alto visitou-os, e eles não conheciam o tempo de sua visitação.
Como consequência, tudo em Jerusalém estava em desordem. Entrando na cidade, o Senhor foi direto ao seu próprio centro e no templo encontrou o mal estabelecido. A casa de Jeová, destinada a ser uma casa de oração para todas as nações, era apenas um covil de ladrões, de modo que qualquer estranho, chegando lá como alguém que buscava a Deus, era enganado na obtenção dos sacrifícios necessários. Assim, ele seria repelido do verdadeiro Deus, em vez de ser atraído por Ele. Desse modo, nas mãos dos homens, a casa de Deus havia sido totalmente pervertida quanto ao seu uso apropriado. Além disso, os homens que detinham a autoridade na casa eram potencialmente homicidas, como mostra o versículo 47: assim, ela se tornara reduto de homicidas, bem como covis de ladrões. Poderia alguma coisa ser pior do que isso? Não é de se admirar que Deus os tenha varrido pelos romanos quarenta anos depois!

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